quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


UMA VISÃO PSICOLÓGICA DO SEXO
Por Janaina Ribeiro





Mais do que uma questão puramente física. O sexo está associado também a sentimentos de amor, carinho e amizade; necessidades de proteção e conquista, além da construção de uma família.

O sentimento de amor que está associado ao sexo é, para a maioria das pessoas, uma das principais razões da existência. Concomitantemente, a ausência ou a perda deste sentimento é responsável por grande parte da tristeza humana, podendo gerar problemas psicossomáticos. Inversamente, a prática de sexo pode ser favorável no combate à depressão e ao estresse. Inclusive algumas pesquisas já confirmaram que a prática de sexo pode dá uma qualidade de vida melhor, sensação de bem -estar e longevidade.

As mulheres são psicologicamente mais suscetíveis que os homens por diversos fatores. Um deles é o prazer sexual que em muitas gera frustração. Isto porque o caminho para alcançar o orgasmo em relação ao homem é mais longo e delicado. E isso não está ligado diretamente ao ponto G como muitos pensam. Até porque esta hipótese que até pouco tempo era uma certeza já foi contestada por alguns especialistas que afirmam ser um mito. Então qual é a explicação para que muitas mulheres não consigam alcançar o ápice do prazer?

Segundo Oswaldo Rodrigues Júnior, psicólogo e terapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade; a explicação para a dificuldade que algumas mulheres têm para atingirem o orgasmo pode estar no passado."(...o problema é, de longe, muito mais psicológico. O pouco aprendizado e a falta da vivência sexual e erótica são as causas dessa anorgasmia feminina”, afirma. Isso porque a cultura machista que imperou por muitos anos e que ainda impera em algumas sociedades mostrava que a sexualidade era um meio exclusivo de reprodução humana e, para reproduzir, a mulher não precisava gostar de sexo, nem ter prazer. “Ainda hoje, as meninas e as adolescentes não são incentivadas a valorizarem a expressão e o prazer sexual. Tocar-se, conhecer o corpo como fonte de prazer são elementos contrários a muitas ideologias, políticas e religiões”, reconhece. “Com a falta do aprendizado nas duas primeiras décadas de vida, a mulher chega à idade adulta sem compreender o que fazer para produzir e facilitar orgasmos. Já com o homem, a experiência de vida é contrária, pois ele sempre será estimulado a vivenciar situações eróticas”, afirma o especialista.

Outro fator que impede a mulher de sentir o prazer sexual é o tabu da masturbação, vista como algo proibido e pecaminoso por alguns culturas e religiões. E para a psicologia e a sexologia o ato de não se masturbar, é visto como um preconceito. Já que para alcançar o orgasmo, a mulher precisa se sentir bem com sua sexualidade ( e não necessariamente com seu corpo) e conseguir estabelecer as sensações de prazer (psicologicamente) com o corpo. A relação sexual é tão psicológica que “se a mulher começa a crer que não precisa gostar de sexo, vai viver uma vida sem precisar dele”, sustenta Rodrigues Júnior.

A busca pelo orgasmo pode ser dificultada quando a autoestima está muito baixa. E não é só ficar preocupada demais se o parceiro vai reparar nas estrias ou nas celulites, pois o fator também pode ser outro: as genitálias. Embora as anomalias perceptíveis no órgão reprodutor feminino são raras. Há mulheres que mesmo não apresentando nenhuma anomalia se preocupam muito sobre o aspecto de suas genitálias e não conseguem atingir o ápice de uma relação sexual. E a melhor maneira de lidar com esse entrave é a autoaceitação. Ao se aceitar a mulher passa a pensar sobre sexo de modo mais positivo e a enxergar menos obstáculos que a impedem de ter uma sensação prazerosa. Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo, sem medo. Conversar com o parceiro, controlar o medo e ansiedade são outros fatores que reduzem os transtornos causados pela situação mal resolvida com o sexo.

Ainda falando sobre fatores psicológicos que podem estar relacionados com o sexo. Existe também a questão das afinidades e de interesses em comuns, que possam sustentar uma relação mais duradoura. A semelhança de idades faz parte desta questão, bem como a semelhança de formação cultural e nível socioeconômico  Freud levantava a hipótese de que grande parte dos relacionamentos amorosos seria baseada em uma idealização das características do parceiro. O convívio é que revelaria o que seria idealização e o que seria realidade nessa caracterização do parceiro e, baseado nessa análise, seria decidido o sucesso ou não da relação. Pesquisas indicam que os filmes românticos tendem a criar uma imagem distorcida das relações amorosas, gerando uma idealização que, geralmente, não se concretiza nas relações reais, o que pode gerar frustração.

Outro fator a ser analisado são os gritos, gemidos, sussurros e palavreados obscenos durante a relação sexual, supostamente denotando excitação sexual. Porém estudos recentes indicam que, na maioria das vezes, tal comportamento não reflete real excitação sexual, mas apenas o desejo de estimular sexualmente o parceiro. Portanto, achar que a mulher está realmente excitada ao fazer isso também é um mito. Visto que isso na maioria da vezes, não passa de um fator psicológico em busca de um estímulo que possa ser prazeroso a outra pessoa. 

Como de fato acontece nos filmes pornôs, sendo um exemplo disso. 


Fonte: Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP



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