domingo, 24 de novembro de 2013

PHA ACUSA BRASIL 247 DE SER MÍDIA DO DANIEL DANTAS; ATTUCH SE DEFENDE


24/11/2013 | Publicado por Renato Rovai em Política 
O jornalista Paulo Henrique Amorim publicou neste sábado um texto forte onde acusa o Brasil 247 de ser um dos “braços do banqueiro Daniel Dantas” na mídia digital. A acusação não é exatamente nova, mas pela força que PHA tem na rede se tornou um dos fatos de ontem no Facebook e no Twitter. Republico, abaixo, parte do texto de Paulo Henrique, que pode ser lido aqui na íntegra, e uma curta entrevista que fiz com o diretor do Brasil 247, Leonardo Attuch, pelo Facebook, que está logo na sequência.

Segue trecho do texto de Paulo Henrique Amorim:
“Leonardo Attuch foi o homem de Daniel Dantas na mídia durante os momentos conturbados da vida do banqueiro, na “maior disputa comercial da história do capitalismo brasileiro” e pouco antes das duas prisões no âmbito da Operação Satiagraha (que o presidente Barbosa, breve, legitimará).
Trata-se da disputa acionária pelo controle da Brasil Telecom, que se consumou na fusão da Brasil Telecom a Oi, a BrOi, uma patranha – com o dinheiro do FAT, sob a guarda do BNDES e que rendeu US$ 2 bilhões a Dantas.
Em interceptação telefônica feita pela Polícia Federal, na Operação Chacal, Attuch aparece com o megainvestidor Naji Nahas – encarcerado com Dantas na Satiagraha – , que, então, costurava um acordo entre Daniel Dantas e a Telecom Itália.

Na conversa, Attuch aconselha Naji a processar jornalistas – a quem chama de f… da p … – que “incomodavam” o grupo, entre eles Mino Carta e Paulo Henrique Amorim.
Segue a conversa em áudio e texto:
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Attuch liga:
Naji: Alô.
Attuch: Naji? É o Leonardo (Attuch), dá para falar um pouquinho?
Naji: Dá.
Attuch: Só pra te falar, você tá vendo essas notícias lá da Itália?
Naji: É loucura o Daniel me colocar nesse negócio porra, não são eles que estão lá na Itália? Ele e o Diglesias (?) e tal fazendo essa campanha?
Attuch: Não, não. Não é o Daniel, não. Isso é coisa de Paolo Dal Pino (Presidente da Telecom Itália no Brasil), aquela turma lá. (…)
Naji: Ahn.
Attuch: O que tá acontecendo é o seguinte: a mídia não tem como voltar atrás e admitir que errou nessa coisa de Telecom Itália e àquela coisa toda.
Naji: Mas tão dizendo que eu corrompi a Comissão de Ciência (Ciência e Tecnologia da Câmara – em pró da BrT)…  Eu nunca corrompi ninguém rapaz.
Attuch: É loucura, eu acho que… (interrompido)
Naji: Esse Mino Carta, eu vou mandar processar ele já, hoje.
Attuch: Você deveria fazer isso, deveria fazer isso com urgência. Pelo seguinte, esses caras querem fazer a bomba cair no teu colo, e não tem nada a ver.
Quem corrompeu foi a turma do Carmelo (Carmelo Furci, vice-presidente da Telecom Itália para AL), que fez o trabalho sujo, que você sabe muito bem como funcionava a coisa ali.
Então, honestamente, eles que contrataram o Demarco, o Paulo (inaudível), esse pessoal todo. Agora, eu acho que você deveria se mexer aí.
Naji: O que você quer se eles dizem que eu corrompi, eles tem que provar que eu corrompi, porra.
Attuch: Pois é, mas como toda essa turma… A Veja tá comprometida nessa história, a Folha tá comprometida. Inclusive, hoje, a Elvira Lobato lá da Folha, ligou para o Opportunity, ligou lá para o Daniel querendo… Não sei, se ela queria falar com ele.
Naji: Ela ligou e ele não atendeu.
Attuch: Isso, ele não atendeu. Mas ela veio com uma conversinha mole, de querer entender o que está acontecendo. Quer dizer, qualquer pessoa com dois neurônios entende que se (inaudível) foi preso, é porque, porra, veio pra cá e montou a Operação Chacal.
Naji: Sei.
Attuch: Agora, acho que a própria Folha quer entrar nesse conto da carochinha…
Naji: É, mas o que que tem a ver? Eu sempre trabalhei para fazer o acordo entre os dois.
Attuch: Eu sei, eu sei. Mas como eles não podem dizer que a Operação Chacal foi comprada, porque deixaria toda a imprensa mal na história, eles vão tentar destorcer e colocar no seu colo, entendeu?
Naji: Por no meu colo é o que eles tentam, mas eles vão ver o que vai acontecer.
Attuch: Pois é, mas você tem que fazer isso rápido.
Naji: Mas o que você quer que eu faça?
Attuch: Não, eu acho que você tem que começar a se mexer com essa turma de Mino Carta, de Paulo Henrique Amorim, esse bando de filho da puta (…)
Naji: Vou processar, vou processar todos! É a única coisa que eu posso fazer…
Attuch: Pois é… Porque realmente o negócio está esquisito. Você andou conversando por lá? Chegou a ver essas coisas?
Naji: Não, não hoje que eu falei com ele. Ele tá achando um absurdo esse negócio. Mas tudo bem, vamo lá.
Attuch: Esse negócio é uma loucura. Eu vou levantar informação desse negócio e eu te mando.
Naji: Tá, me manda.
Fim da ligação.
Segue entrevista com o Leonardo Attuch. Enviei as perguntas a ele às 20:45. Elas foram respondidas de pronto, às 20h58:

Caro Attuch, desculpe-me por te procurar por aqui, mas foi a maneira que encontrei pra fazê-lo em pleno sábado à noite. Acabo de ler a nota do Paulo Henrique e a tua réplica e vou produzir um texto pro site da Fórum. Gostaria de saber se você pode responder essas perguntas.

1) Paulo Henrique apresenta uma série de documentos e uma gravação vinculando você ao Dantas, qual a sua relação com Daniel Dantas no passado e atualmente?
Resposta: Caro Rovai, Não há problema algum. Seguem as respostas. No passado, como editor da Istoé Dinheiro, fiz a cobertura da disputa na telefonia, onde ele era um dos protagonistas, a quem entrevistei em diversas ocasiões. Hoje, nenhuma.
2) Por que na ligação para Naji Nahas você tenta convencê-lo a processar jornalistas como Mino Carta e Paulo Henrique Amorim e os chama de ” bando de filhas da puta”? Você falava em nome de Dantas naquele telefonema?
Resposta: Qualquer conversa, ouvida fora de contexto, pode dar margem a várias interpretações. Conheço Naji Nahas há vários anos e também o entrevistei para a Istoé Dinheiro. Ele se sentia perseguido pelos dois jornalistas e tinha o direito de processá-los. Claro que não falava em nome de Dantas. Aliás, naquele caso da telefonia, ele o Naji não atuavam de forma alinhada. Pelo contrário.
3) Qual a sua relação com a Carla Cicco para ela indicar você à Kroll e por que a reunião entre você e o representante da Kroll tinha de ser realizada fora da Brasil Telecom?
Resposta: A Carla Cicco era outra personagem daquela disputa. Entrevistei algumas pessoas da Kroll naquele episódio, porque achei que eram boas fontes. Inclusive o fundador da Kroll, Jules Kroll.
4) Você diz que há um inquérito sob responsabilidade do ministro Tofolli de que Paulo Henrique teria participado de campanhas de difamação com patrocínio privado, ao que você se refere? Pode explicar melhor o caso?
Resposta: Depois da Satiagraha, o juiz Ali Mazloum levantou indícios de abusos cometidos naquela operação. Entre eles, o de que a Telecom Itália teria patrocinado a ação da Polícia Federal, promovendo, inclusive, uma campanha difamatória nos meios de comunicação. Este caso subiu para o Supremo Tribunal Federal e está sob a responsabilidade do ministro Dias Toffoli, conforme já foi noticiado por outros meios de comunicação.
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Opinião de Leonardo Attuch: “Que venham os cubanos”


Para o jornalista Leonardo Attuch, colunista de Istoé e editor do portal Brasil 247, a gritaria é grande porque o Brasil assiste à quebra de um monopólio na saúde pública; na noite de ontem, desembarcaram em Brasília os primeiros 260 dos 4 mil médicos cubanos para chegar. Foto: Ed Ruas e divulgação.

Leonardo Attuch*, do Brasil 247

Médicos, entidades de classe e o próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) estão inconformados. Fizeram todo tipo de oposição ao programa Mais Médicos e, agora, foram surpreendidos novamente com a notícia de que o governo federal trará quatro mil profissionais formados em Cuba, que atuarão em 701 municípios. Com essa importação, cidadãos brasileiros de áreas remotas que jamais viram um médico – e que jamais veriam, no que dependesse do corporativismo médico – poderão prolongar suas expectativas de vida, sendo diagnosticados e acompanhados no tratamento de patologias controláveis, como uma simples hipertensão.

Se o programa vier a ser efetivamente implementado, o Brasil poderá caminhar para ter, a médio prazo, uma expectativa de vida semelhante à de Cuba. Sim, os cubanos vivem mais: 79,3 anos, um padrão semelhante ao de alguns países europeus e bem superior ao brasileiro, que ainda é de 73,8 anos. Lá, um dos fatores que explicam o sucesso é o alto investimento em saúde – 9,7% do PIB, contra 4,2% no Brasil. Outro é a disseminação de programas de saúde da família.
De acordo com uma nota do Conselho Federal de Medicina, a decisão anunciada na semana passada é “eleitoreira” e coloca em risco a saúde da população. Ora, mas o que é pior? Ser atendido pelos profissionais cubanos ou continuar sem assistência alguma? Vale registrar que os 701 municípios que receberão os cubanos não atraíram o interesse de nenhum dos profissionais brasileiros, que tiveram prioridade nas inscrições do Mais Médicos.
Na prática, o que o Brasil assiste hoje é à quebra de um monopólio – e, por isso mesmo, a gritaria é tão forte. Às entidades de classe interessa regular a oferta de profissionais no mercado e, assim, preservar uma situação que gera altos rendimentos a profissionais escassos. Aliás, exatamente por estarem altamente demandados nos grandes centros urbanos, onde a vida é mais agradável do que nas periferias e nos rincões, os médicos brasileiros desprezaram a grande maioria das bolsas oferecidas pelo Mais Médicos.
A crítica conservadora dirá que o caso da saúde é diferente e não pode ser tratado como mercadoria ou qualquer outra atividade. Ocorre que a experiência cubana já aconteceu em vários países – e deu certo. Em Portugal, por exemplo, a população aprova a atuação dos profissionais.
De acordo com nota do Ministério da Saúde, os médicos que virão ao País têm, em média, 15 anos de experiência. Certamente irão contribuir para resultados que, no futuro, farão com que a crítica atual seja lembrada apenas como um grito corporativo diante do fim de um monopólio.
*Leonardo Attuch é jornalista, colunista da Istoé e editor-responsável pelo portal Brasil 247.

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