quarta-feira, 20 de maio de 2015

Como ser um nacional-socialista elegante?





Alguém perceberá a provocação do título, uma vez que remete à ideologia nazista. Seria atualmente elegante defender uma doutrina racista e eugenista, responsável pela morte de seis milhões de judeus e outros milhões de europeus? Ou uma política de engenharia social, que visasse remodelar etnicamente toda a Europa, eliminando certos indivíduos ou povos considerados “inferiores”, atochando-os a campos de extermínio ou câmaras de gás? Obviamente que não. A princípio, a ideologia nazista está completamente desmoralizada. Contudo, um aspecto particular desta abjeta doutrina não somente está muito vivo, como é vendido sob a aparência elegante e vazia de “direitos”. Refiro-me à propaganda pró-aborto e às premissas que são defendidas por seus sequazes. Se qualquer pessoa comparar o discurso da propaganda nazista ou dos eugenistas do começo do século XX e a ladainha moderna pró-aborto, perceberá semelhanças tão notáveis, quanto assustadoras. Vejamos.

A mais ativa entidade pró-aborto do mundo, a Planned Parenthood, foi criada pela eugenista e militante racista Margareth Sanger, uma notória simpatizante do nazismo e da KKK nos Eua.  A fundação Rockefeller foi uma das principais financiadoras da entidade e, inclusive, espalhou a ideologia da eugenia no mundo inteiro. A semelhança entre abortismo e eugenia já começa por aí. Até então, os eugenistas americanos e europeus dos anos 20 do século passado chocavam a opinião pública ocidental com a crueldade de suas opiniões. Defendiam abertamente a eliminação física dos fracos, em nome da proteção da raça. A própria Margareth Sanger, em seu livro, “O Eixo da Civilização”, apregoava abertamente o fechamento de asilos de loucos e o mais completo abandono dos incapazes, por considerar um desperdício de recursos e do trabalho dos mais aptos. Essas idéias, cultivadas nas universidades e cursos de medicina de todo mundo, foram o substrato ideológico de que o movimento nazista se aproveitou para montar todo o seu sistema de extermínio racial e fazer da Europa uma verdadeira cobaia de um experimento social. Deu no que deu. Auschwitz, Treblinka, Dachau, Babi Yar e outros milhões de cadáveres.

A eugenia fracassou. A mentira, sempre repetida como verdadeira, fracassa à luz dos fatos. Perdeu credibilidade. Contudo, há muita gente que acredita nela e a defende, mas com outro discurso, disfarçado, oculto, sob outra aparência. Pior. Com aparência embelezada, pronta a dourar a pílula de cianureto. Pronta a criar eufemismos. . .

Os eugenistas pregavam a esterilização forçada, a proibição de casamentos raciais mistos e a eutanásia compulsória para os fracos. Agora eles mudaram a tática. A eutanásia é internalizada como algo “voluntário” e incentivada culturalmente. Para eliminar os incapazes, nem é preciso mais o Estado se sobrepor. Inventa-se uma ideologia dos “direitos reprodutivos” e pronto, as mulheres pobres, negras, mestiças ou simplesmente indesejáveis podem eliminar sua descendência sem qualquer escândalo ou disparate. Com apoio do governo e sob aplausos de ativistas feministas e professores universitários.

Antes, se falava de “higiene racial”. Agora se fala de medidas de “saúde pública”, para defender os “direitos reprodutivos” das mulheres de não reproduzirem nada. Ou melhor, de transformarem seus ventres em verdadeiras sepulturas de fetos.

Fazendo este intróito, eis que me deparo, mais uma vez, com o Sr. André Coelho, professor de direito do Cesupa, aqui em Belém do Pará, falando tolices monumentais na internet. Já tive oportunidade de encontrá-lo em alguns círculos sociais. Cidade pequena é assim mesmo. Como também já tive outras ocasiões de dar umas palmadas no professor, quando ele se exaltava em favor da legalização da poligamia e do incesto, em outros artigos escritos neste blog (ver "sobre fundamentalismos""Delírios relativistas" ,"os carregadores de cimento e os homens do direito""aonde nos leva a sereia do relativismo? e outros demais artigos, publicados em setembro de 2013). 

Este rapaz vai longe! Se um notório cretino como Luis Fachin, com sua tese de abolição da propriedade privada e legalização da poligamia, pode virar ministro do STF, o Sr. Coelho, com o acréscimo do incesto no direito de família, poderá logicamente ser presidente da mais alta corte do país! Tudo é possível na realidade brasileira, quando se tem o PT no poder!

Eis mais novas tolices do professor, publicada num blog chamado “Contramuros”, no dia 13 de abril de 2015. O Sr. Coelho, ao defender a legalização do aborto, usa dos mesmíssimos argumentos dos eugenistas do começo do século XX. É, em suma, uma espécie elegante de nacional-socialista. Vamos à obra:

“Um argumento em favor da liberalização do aborto, ou pró-escolha, precisa de dois passos: mostrar que o aborto não é moralmente errado, e mostrar que sua liberalização é desejável. 

Para provar que o aborto não é moralmente errado vou atacar três pressupostos comuns em argumentos pró-vida: que o feto é um ser humano, que ele tem direito à vida e que este direito prevalece sobre o direito de escolha da mãe.


Em primeiro lugar, não é óbvio que o feto seja um ser humano. Há que distinguir entre o sentido biológico e o sentido moral de ser um ser humano. Ser humano em sentido biológico é pertencer à espécie homo sapiens. Embriões humanos, comatosos irreversíveis e cadáveres são seres humanos neste sentido. O mesmo ocorre com o feto. Ele é, em sentido biológico, incontestavelmente humano.

Porém, além do sentido biológico, ser humano tem também um sentido moral. Em sentido moral, ser um ser humano é possuir as propriedades morais relevantes que justificam a deferência moral que se reserva a humanos. Essas propriedades incluem senciência, razão, liberdade, linguagem, agência, responsabilidade, perspectiva de futuro etc. Embriões, comatosos e cadáveres carecem de várias dessas. Assim também o feto.”

Conde - Eis uma artimanha eugenista: desumanize quem você quer destruir. A prosa aparentemente empolada escamoteia uma perversidade moral monstruosa. Se partirmos do pressuposto do Sr. Coelho, poderíamos matar nascituros impunemente, tanto quanto jogar cadáveres aos porcos ou deixar morrerem os comatosos. E por quê não? Se um cadáver humano perde sua dignidade moral por não ter vontade, consciência, linguagem, responsabilidade, em suma, todos os atributos inerentes à vida, nada impede que ele seja mandado aos porcos ou ao açougue. Uma vez que um cadáver de uma pessoa não possui as “propriedades morais” alegadas pelo professor.

Se não bastasse a barbaridade do raciocínio moral, o Sr. Coelho tem um problema sério com a realidade: pois mais que comatosos, cadáveres ou fetos não exerçam os atributos da consciência ou da vontade, eles representam fases distintas de uma mesma situação existencial, que é o processo da vida humana. Primeiro, porque o feto e comatoso estão vivos. E dentro do processo de existência, um feto naturalmente terá consciência, como um comatoso pode voltar à ter consciência. Através de falsas analogias, cria-se uma falsa concepção moral sobre a vida e o feto.

Acrescentemos, a dignidade humana não está no exercício dos atributos citados pelo professor. Um recém-nascido não possui todos os atributos da consciência encontrados numa pessoa madura. Nem mesmo uma criança possui esses atributos ou propriedades morais em sua amplitude. Podemos então dizer que um recém-nascido ou uma criança têm menos importância do que uma pessoa adulta? Os loucos também fazem parte daqueles que, por algum distúrbo, perderam a consciência. Vamos negar a dignidade essencial humana a eles?

Ao que parece, dentro dos pressupostos, o Sr. Coelho pode negar a humanidade de quem ele quiser, dependendo do grau de simpatias ou antipatias que ele nutre por uma causa. Se o caso é legalizar o aborto, é preciso induzir a crer que o feto não tenha direito à vida. Ou mais, que o feto nem seja “humano”. Ora, os nazistas não pensavam a mesma coisa? Basta ver filmes nazistas como o “Eterno Judeu” para saber como eram tratados “moralmente” os judeus! Bacilos, insetos, seres propensos à corrupção, à bandidagem, à trapaça, dignos de serem eliminados!

Mais extravagante é a conclusão geral do Sr. Coelho: ele cria precedentes para descaracterizarmos tanto a dignidade do feto, como também do cadáver e do comatoso. Dependendo da premissa, o processo lógico de rejeição da humanidade não terá fim! Resta saber se vai sobrar alguém!


“E mesmo que o feto seja, em algum sentido moral, um ser humano, isto não lhe garante automaticamente direito à vida.”

Conde- Ainda quero decifrar o que o Sr. Coelho entende por “sentido moral”? Ele parte do pressuposto de que o "sentido moral” é apenas um capricho utilitário em favor ou contra uma pessoa ou uma ação e não um juízo de valor objetivo referente à ontologia das coisas existentes. Valorizamos um ser humano pelas qualidades especiais que todos os seres humanos, sejam potenciais ou atuais, guardam pelo fato de serem simplesmente humanos. Se o princípio de direito à vida vale para o Sr. Coelho, vale pra qualquer pessoa, independentemente de uma diferença acidental. Até porque o Sr. Coelho, como eu e a humanidade inteira um dia fomos fetos, como somos adultos e como um dia também seremos cadáveres. Se o Sr. Coelho não sabe identificar uma ontologia essencial do ser humano, não sou eu que vou ensinar o básico em filosofia para ele!

“Veja: é possível formular um argumento em favor da humanidade moral do feto. Pode-se argumentar que a posse potencial das propriedades morais relevantes não iguala o feto ao ser humano pleno, mas o distingue de casos como o embrião, o comatoso e o cadáver. Nesta forma, o argumento é aceitável.”

Conde - A pergunta é: qual a propriedade moral indispensável do ser humano, senão viver? Ao que parece, o Sr. Coelho trata o feto como se fosse parte dissociada da humanidade de todos nós, quando na prática, é apenas uma fase da existência humana. Ora, existem fases em que os homens podem ser menos importantes que outros? Alguém dirá que um recém-nascido tenha menos importância do que um velho? Ou que uma criança seja menos importante do que um adulto? Pelo contrário, em muitos casos, é salutar que os mais fracos sejam protegidos, já que são mais vulneráveis aos infortúnios da vida. Mas se o Sr. Coelho defende a lógica de que certas pessoas são mais importantes por algumas “propriedades morais” que as fazem mais especiais do que outras, logo, não vai chegar longe de alguém defender a lei do mais forte. É a premissa que pode chegar a partir deste argumento! Qualquer semelhança com o cabo austríaco de bigodinho de mosca não é mera coincidência!


“O que não é aceitável nele é que ele retire a consequência de que a diferença é tal que justifica conceder ao feto um direito inviolável à vida que prevalece sobre o direito de escolha de um ser cuja humanidade moral é plena: a mãe.”

Conde - Eu bem gostaria de saber que porcaria é essa de “humanidade moral” ou “humanidade plena”? Quer dizer que dependendo da fase da existência de uma pessoa, ela pode ser menos humana? Digamos que o Sr. Coelho envelheça, fique louco ou seja ainda uma criança? Quais fases da existência onde somos plenamente mais ou menos importantes do que outras pessoas? Será que matar um velho é mais criminoso do que matar uma criança, pela “humanidade moral” e “plena” de um idoso? A dedução é tão ridícula e absurda quanto inconsistente. Vou mais além; é a velha ladainha pró-aborto de desumanizar o feto.

Se o Sr. Coelho tem um problema cognitivo sério em dimensionar a cretinice do seu discurso, resta saber desde quando a vontade arbitrária de uma mãe é maior do que o direito da vida de seu filho? Mesmo que a mulher alegue falta de condições, falta de amor, rejeição ou quaisquer outras manifestações em desfavor do filho, nenhuma dessas motivações justifica matar um ser humano. A não ser que a rejeição, o desamor ou a falta de condições econômicas sejam razões justificáveis também para matar outros seres humanos.

Em suma, o Sr. Coelho, na prática, quer defender uma ideologia imoral, desonesta e desumana, sob a aparência pseudo-filosófica de negar ao feto e a uma fase da existência humana a dignidade essencial que é aceita para todos os seres humanos. O problema é que seu raciocínio pode ser aplicado a qualquer ser humano indesejável. Basta escolher quem eliminar ou amaldiçoar.

Façamos uma troca e observemos essa frase: “Para provar que o aborto não é moralmente errado vou atacar três pressupostos comuns em argumentos pró-vida: que o feto é um ser humano, que ele tem direito à vida e que este direito prevalece sobre o direito de escolha da mãe”.  Se adulterássemos essa frase e escrevêssemos assim: “Para provar que o extermínio de judeus não é moralmente errado vou atacar três pressupostos comuns em argumentos pró-vida: que o judeu é um ser humano, que ele tem direito à vida e que este direito prevalece sobre o direito de escolha do Estado e da lei do mais forte ou do mais racialmente apto”. Alguém defenderá a relativização do direito à vida? Ao menos, o professor reconhece que existe uma discussão sobre esse direito. O problema é ele bancar uma espécie de deus.

“Talvez seja possível reconhecer no feto uma propriedade moral relevante que outros casos não possuem. Mas daí a atribuir a ele um direito inviolável à vida vai uma grande ­ e injustificada ­ distância a ser coberta. “

Conde - A pergunta é simples e cristalina: qual a razão para matar um feto? Se o Sr. Coelho atribui o direito de matar uma criança no ventre da mãe, resta saber qual a justificativa? Se a vida do feto não é um direito inviolável, resta saber quais razões um direito essencial a todos os seres humanos deve ser revogado a quem está no ventre da mãe?! Até agora, nenhuma resposta séria. Até porque não tem o que justificar o abominável, salvo, é claro, apelando a uma arbitrariedade lógica e moral espantosa.

“A ideia de proteção de propriedades morais futuras, incapazes de produzir sofrimento, prevalecer sobre a proteção de propriedades morais presentes, capazes de produzir sofrimento, é pouco defensável do ponto de vista racional.”

Conde - O feto não é protegido tendo em vista “propriedades morais futuras”, e sim baseado numa “propriedade moral” presente chamada vida humana. Aliás, o Sr. Coelho presume que a gravidez seja causa de sofrimento da mulher, como se a geração da espécie fosse algo alheio a ela. Tal é o estado de demência do professor. Na verdade, é a tônica da ideologia pró-aborto: destrua a maternidade na consciência feminina. Amaldiçoe a existência dos filhos. Criminalize a ideia da família.


“O direito à vida é ainda derrotável por outras considerações. A maioria dos ordenamentos jurídicos, por exemplo, reconhece a possibilidade de se tirar a vida por legítima defesa, por estado de necessidade ou em caso de guerra. Também no Brasil já se reconhece a possibilidade de aborto legítimo em caso de risco à vida da mãe, de gravidez por estupro e de anencefalia do feto.”

Conde - Aqui vemos a desonestidade intelectual em seu mais alto grau. O Sr. Coelho ignora que uma legislação penal tenha atenuantes, circunstâncias específicas, mas que não negam os princípios essenciais? O reconhecimento da legítima defesa significa resguardar a integridade de um ser inocente contra a ameaça injusta, já que não causou mal a ninguém. A legítima defesa é justificável simplesmente porque a vítima atenta injustamente contra a vida de outrem. Ou seja, é princípio de justiça e do próprio direito à vida alguém se defender de uma agressão injusta e retribuir proporcionalmente à ameaça. Uma pessoa que atenta contra a vida de outra, não há outra solução, senão reagir.

Não se pode dizer o mesmo de um ser indefeso com o nascituro, cuja inocência é óbvia. Faço o seguinte desafio ao professor: qual a razão de matar um ser no ventre de uma mulher? A resposta, até o dado momento, é vaga.

No caso do aborto em casos de estupro ou de risco para a mãe, a lei considera atenuantes de um crime. Apenas recusa-se a aplicar a pena, pelo flagrante apelo moral destas situações. Porém, não custa nada provocar: por acaso uma pessoa gerada de um estupro deixa de ser menos decente do que qualquer pessoa na sua humanidade? Ou uma criança anencéfala? Se o Sr. André Coelho fosse produto de um estupro, ele seria menos decente do que uma pessoa nascida de um casamento consumado e com amor? Lembremos que a legalização do aborto de anencéfalos nem mesmo é amparada pelo código penal. Foi uma manobra dos movimentos pró-aborto dentro do STF, um trampolim para a sua legalização plena.

Contudo, o Sr. Coelho inventa mil subterfúgios retóricos duvidosos para matar um ser humano, mesmo em formação:

“Poderia ser que todos estes fossem exemplos de ilícitos morais transformados em permissões jurídicas? Em tese, é uma possibilidade. Mas parece mais plausível que nossas intuições morais a respeito da vida não a tomem como um direito absoluto ou inviolável, nem para fetos, nem para humanos moralmente plenos.”

Conde - A pergunta surge no ar: qual a razão de matar, se a vida humana de um inocente não é inviolável? Percebemos aqui uma artimanha tola, sofística e de baixo nível para caracterizar o mais completo relativismo moral sobre o aborto. Ao que parece, o sr. Coelho já nos deu uma resposta subliminar: se a vontade da mãe está acima do direito de viver e de nascer do filho, então podemos atribuir à mera vontade o direito de matar?   


“Assim, (a) pertencer à espécie humana não torna um feto automaticamente humano em sentido moral;”

Conde - Entendi: então quando o Sr. André Coelho era um feto, podemos presumir que era o bebê de Rosemary ou um micróbio que virou gente?

“(b) mesmo que ele tenha em potencial as propriedades morais relevantes, isto no máximo lhe garante uma proteção prima facie à vida; (c) esta proteção, contudo, não prevalece sobre os direitos de seres humanos moralmente plenos”.

Conde - Traduzindo a inclinação eugênica: “(b) mesmo que ele tenha em potencial as propriedades morais relevantes, isto no máximo lhe garante uma proteção prima facie à vida; (c) esta proteção, contudo, não prevalece sobre os direitos de seres humanos racialmente superiores”. Basta escolher uma categoria distintiva de ser humano e é possível eliminar os indesejáveis. 


“Agora vem a segunda parte, que é mostrar que ele é moral e/ou politicamente desejável.


Primeiro, o aborto é um problema de saúde pública”.

Conde - Eugenistas como Charles Davenport, Margareth Sanger e toda a propaganda nazista pregavam a mesma coisa. Eliminar o fraco, o indefeso, o indesejável, é questão de saúde pública, de “higiene racial”. Não custa nada perguntar: que razão de “saúde pública” é essa onde clinicas se tornam verdadeiros matadouros de crianças? Que papo furado é esse de “direitos reprodutivos”, quando na prática, se mata toda a reprodução humana? Lembremos, quando um abortista fala em “reprodução” ou em “saúde”, pode apostar, é só pregação de morte e destruição. 

“Sendo a moralidade do aborto um assunto controverso e sendo as consequências da gravidez onerosas para as mães, um grande número de mulheres se submeterão a abortos, quer legalizados, quer clandestinos. Estes últimos, contudo, são caros para as mulheres pobres e perigosos quando feitos sem condições de segurança”.

Conde - A justificativa do nosso insigne jurista da morte é curiosa: se 60 mil pessoas morrem por ano, vítimas de assassinatos no Brasil, logo, que tal legalizar o homicídio, já que não há sentido em combater o crime? O mesmo raciocínio se aplica ao aborto. Aliás, o princípio parte de uma dedução falsa. A legalização do aborto não vai proteger a mulher dos infortúnios da prática criminosa. Pelo contrário, se alguém quiser mesmo que o aborto não cause nenhum risco à mulher, a lógica nos leva a dizer “não aborte”. Ou melhor, combata a ideologia pró-aborto. A mera existência de uma prática criminosa não é justificativa para sua permissão. A não ser que o sr. Coelho também queira legalizar o estupro, o homicídio, o roubo, pelo fato de que a polícia não possua mais o controle das ruas. Do Sr. Coelho, eu não duvido nada!


“Em vista disto, para dar às mulheres pobres a mesma segurança de saúde das ricas, a liberalização do aborto – com sua consequente oferta gratuita na rede pública hospitalar – seria moral e politicamente desejável como política de igualdade e de saúde”.

Conde - Se os ricos matam, então por que os pobres não podem matar? Observemos que essa lógica é falsa desde a raiz. O aborto é rejeitado pela maioria da população brasileira. Segundo ponto, a saúde das ricas não se torna melhor por existir clinicas de aborto mais limpinhas. Há vários casos de doenças provocados por práticas abortivas, físicas e mentais, que são omitidos pelos cânones abortistas. Terceiro ponto, o sr. Coelho omite o fato de que se o aborto for legalizado, vingará uma industria de matadouro de nascituros.

Foi assim que ocorreu nos Eua. Em 1973, ocorriam pouquíssimos abortos no país. Porém, o movimento pró-aborto falsificava estatísticas vendendo a idéia fajutíssima de que havia 1 milhão de abortos por ano nos Eua. Bastou a liberalização para que houvesse cerca de 40 milhões de abortos em 30 anos. Lembremos que as maiores vítimas são mulheres negras e hispânicas. E a maioria dos nascituros jogados na lata de lixo hospitalar é composta de mulheres. Política de igualdade e saúde? Aborto agora virou prática saudável?

Nem Hitler e Stálin mataram tanta gente. Atualmente nem eles precisariam criar campos de extermínio. Bastaria disseminar a ideologia de matança abortista e pronto, teríamos aí uma engenharia social perfeita, pra ninguém botar defeito. A Planned Parenthood e Margareth Sanger, lá do inferno, agradecem pelo apoio!

“Se quem é contrário ao aborto está tentando salvar vidas, precisa saber que a liberalização salva mais vidas que a proibição”.

Conde - Mentirinha tem perna curta. Clinica de aborto nos Eua já chegou a matar até recém-nascidos, vitimas de abortos mal feitos. Desde quando pode ser “salvação de vidas”, quando a legalização do aborto nos Eua praticamente generalizou a prática assassina? A linguagem do Sr. Coelho lembra muito os eufemismos do regime nacional-socialista. Também pudera, que podemos esperar de um professor que só papagueia as cartilhas de uma entidade patrocinadora da eugenia no mundo inteiro, como a Planned Parenthood et caterva? 

“A proibição não impede que fetos morram, apenas aumenta as chances de que mães morram junto”.

Conde- Outra mentirinha boba. A proibição coíbe sim os casos de aborto. Coíbe e manda pra cadeia os médicos carniceiros que vivem às custas do sofrimento destas moças que são induzidas a matar seus filhos. Legalizar o aborto é transformar a morte numa indústria. É inverter o próprio conceito da medicina, que é o de salvar vida, Como de fato ocorre na Europa e nos Eua.


“O fato de as mulheres terem que gestar, parir e cuidar dos filhos, mesmo contra a sua vontade, ajudou historicamente que fossem encaixadas em papeis subalternos”.

Conde - Que a toupeira do Sr. Coelho creia piamente que a maternidade seja uma maldição para a mulher, eu não tenho nada a ver com os problemas edipianos de tal criatura. Que ele defenda incesto ou poligamia, como em outros textos, deve ter algum problema pessoal aí que não cabe tocar. Contudo, será que esta anta professoral sabe o que significa laços de parentesco, relações de amor entre mãe, pai e filho e afinal, uma família? Ou será que ele nos reduz a uma espécie de seres animalescos melhorados? Não custa lembrar: eu acho muita graça desse povinho “libertário” bajulando as maiores tiranias contra a mulher. A mulher é “libertada” do seio da família, da maternidade, do marido, para servir bovinamente ao Estado, aos engenheiros sociais, ao mercado de trabalho, às clínicas de aborto. E quando ela se torna uma velha solteirona, não é capaz de criar laços afetivos ou emocionais duradouros, a não ser com a previdência social.

A maternidade feminina é natural, justamente porque a mulher tem a faculdade de gerar filhos. E a pretensa “subalternidade” da família ou de um macho que a ama nem é equiparado a outros tipos de subalternidades bem piores, como o Estado, a competição do mercado e outros elementos que podem alienar o indivíduo de seus laços afetivos e familiares, se não houver aquele norte institucional seguro que é a nossa família.

Eu já bato no Sr. Coelho faz tempo. Não me conste que ele pregue algo que preste. Sua vida acadêmica pode ser jogada na lata do lixo hospitalar, porque muitas de suas argumentações não passam de abortos intelectuais.

“A proibição é a medida pela qual os homens reafirmam seu poder sobre o corpo feminino”.

Conde - Que homenzinho bobo, vive na torre de marfim! Será que este bobão não sabe que uma boa parte dos homens irresponsáveis, adúlteros e mulherengos exige a prática do aborto nas mulheres, justamente para não criar vínculos consanguíneos? Ou será mesmo que o Sr. Coelho acredita piamente que os homens desta estirpe queiram pagar pensão alimentícia para os bastardos que geram? Numa declaração ridícula e infeliz, o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral revelou muito bem como certos homens pensam a respeito do aborto: “quem é que não pagou o aborto da namorada?”.

A mulher, em último caso, é a fiel defensora dos filhos. A ligação materna com o filho está nas suas entranhas. Não custa desmascarar: Sr. André Coelho, não é o fato do homem pressionar a mulher pelo aborto é que demonstra o enorme e arbitrário poderio do macho sobre a mulher e, por conseguinte, sobre os filhos? Eu poderia afirmar que a sua defesa do aborto, longe de libertar a mulher, na verdade, a escraviza aos caprichos do homem irresponsável?

“A liberalização reverte esta lógica histórica e devolve à mulher a liberdade sexual e corporal que lhe pertence”.

Conde - Lógica bizarra do rapaz: “liberdade” é matar seu filho e, por definição, sua família. Ou melhor, que lixo de liberdade é essa quando a mulher, sob pressão das circunstancias desfavoráveis, não é corajosa o suficiente para assumir algo que faz parte de sua vida e existência, que é a maternidade e a prole? A “liberdade” do sr. Coelho é conveniente pra moleques levianos, pra rameiras, pra cafetões, não para homens e mulheres sérios que assumem responsabilidades com seus atos e com seu próprio corpo.

A questão é: quem é que vende essa falsa liberdade? As entidades pró-aborto, que ganham bilhões de dólares com o sofrimento das mulheres e das crianças jogadas no lixo. O Sr. Coelho é subproduto dessa doutrinação ideológica espúria e imbecil. Como já dizia Nelson Rodrigues: as feministas querem uma “liberdade” que a mulher não quer, não deseja e não a realiza”.

“Quem concebe, gesta, pare e nutre é quem decide: não apenas quem olha de fora e condena.”

Conde - A argumentação do professor serve para seres assexuados ou para protozoários, não para seres humanos. Primeiro, porque a mulher sozinha não gera o filho. Lá tem uma parte do homem, tanto do ponto de vista genético como biológico, assim também chamada "paternidade". Segundo ponto, durante tempos imemoriais, o homem é que geria, sustentava e bancava a casa. A mulher fazia o seu papel, cuidando dos negócios caseiros do marido. Todavia, não me conste que a gestação ou a nutrição patrocinada por qualquer genitor seja razão para ter o poder de vida e morte sobre os filhos. Aliás, a mulher não tem o poder de decisão, pelo benefício da criatura esquecida pelo professor, o filho, que nada tem a ver com as implicações da mãe e do pai. Em suma, o raciocínio do Sr. Coelho é arbitrário e sem o menor fundamento.

“Por último, a liberalização do aborto é uma medida em prol de que toda criança nasça num lar que a deseja. “

Conde - A vida humana deve depender dos desejos alheios, das aceitações alheias para existir? Então a conclusão do Sr. Coelho é a de que a vida humana só tem valor dentro de  uma conveniencia ou de uma aceitação individual ou coletiva? A rejeição, o desejo, o ódio, o amor ou a indiferença não são justificativas para relativizar o direito à vida, se é esta a conclusão do seu raciocínio. Se um nascituro pode ser morto pelo fato de não ser desejado, o que impede que um filho, mesmo nascido, mesmo criança, mesmo adulto, tenha o direito de viver pelo simples fato de não ser amado pelos pais? Se aplicarmos a consequência lógica do pensamento do professor Coelho, as crianças podem perder o direito À vida desde sempre, contanto que, em um dado momento da vida, sejam rejeitadas pelos pais. Ou seja, as pessoas não possuem direito à vida por si mesmas, mas dependem do nível de aceitação dos país, no que diz respeito à dignidade delas. Alguém viu coisa mais bizarra?

Defender o direito humano à vida implica uma obrigação de terceiros de respeitá-la e não violá-la. Mas se a vida depende dos caprichos, das atribuições e dos sentimentos de outros, é o mesmo que não haver direito algum. Isso pode ser aplicado ao nascituro, como pode ser aplicado aos judeus, aos negros, aos homossexuais, aos pobres, como também a qualquer grupo que seja estigmatizado.

No entanto, o Sr. Coelho tem uma solução para o problema: mate os rejeitados no inicio da vida, para que não tenhamos o trabalho de matá-los depois.

“Para garantir isto na maior medida possível, é preciso diminuir o número de gravidezes indesejadas. Assim como não se é a favor do casamento e da convivência compulsória entre marido e mulher, não se deve ser a favor da gravidez e maternidade compulsórias. “

Conde - Em outras palavras, da mesma forma que a mãe pode matar seu filho para não assumir responsabilidades, ela também pode abandoná-lo, vendê-lo ou até matá-lo na fase infantil e adulta. A criança viverá a tirania da maternidade ressentida. Basta querer ou não querer. Entenderam a perversão de raciocínio do rapaz? Em outras palavras, os filhos não devem exigir obrigações dos pais. Se alguém entrar com uma ação de pensão alimentícia em favor de uma criança, o pai e a mãe podem alegar não querer pagar a conta, porque a maternidade ou a paternidade não são compulsórias. Eu fico matutando cá com meus botões como um professor de uma universidade pode ser tão leviano, tão irresponsável, tão cretino a ponto de nos brindar com idéias tão estúpidas!

Dá até pra entender a visão turva: o Sr. Coelho parte do pressuposto estapafúrdio de que as relações humanas são meras representações contratuais e a de que os homens são meros seres atomizados. A família, a sociedade, o casamento, as relações de filiação e parentesco,  não passam de meras relações de pacto, que podem ser desmanchadas conforme os desejos dos contratantes. Entretanto, a doutrina do contrato social provou ser um engodo monumental. A sociedade não existe mediante contrato. Quando o sr. Coelho nasceu, por exemplo, ele nunca assinou contrato com ninguém para existir em sociedade. Alguém pressupunha que o Brasil possa ser desmanchado mediante livre contrato? Ou mesmo a família? Ainda que haja o divórcio, nem todas as famílias deixam de existir. A relação entre pais e filhos ainda existe. As relações de parentesco são marcadas para sempre.

A sabedoria católica elementar considera o casamento indissolúvel, justamente porque entende perfeitamente a organicidade da família. A sociedade, a família e muitas outras instituições humanas, longe de serem produtos de uma mera “contratualidade”, são elementos naturais e inerentes À formação dos homens. São vínculos inseparáveis de sua formação e de sua própria existência. Imaginemos a proposta estúpida do sr. Coelho? Ele não só prega a dissolução do casamento, através dos caprichos das partes, como também a dissolução dos laços de parentesco. Pergunto, qual sociedade sobreviveria na sua dissolução completa? Qual individuo sobreviveria neste caos?

“Recuperar o sentido positivo da família passa também por diminuir o número delas que se forma por acidente e se torna motivo de infelicidade perpétua para todos os envolvidos.”

Conde - A família moderna atual só se forma por “acidente” porque ela implica uma degeneração da família tradicional. Vivemos uma época de baixa moralidade sexual. Não vemos algo parecido deste á época do Império Romano, o que denota um sinal claro de decadência. Contudo, se o Sr. Coelho idealiza uma sociedade de criaturas egocêntricas e irresponsáveis, incapazes de assumir compromissos com seu próximo, não deixa de ser curioso que ele nos conclame a uma certa “liberdade” onde nem mesmo as pessoas sejam capazes de assumir seus “acidentes”. Desconfio da liberdade sem o dever. . .

Além da discussão ideal de uma “família perfeita”, o que o professor bizarro ignora é tais dramas envolvem pessoas. Mesmo os nascimentos por “acidente” envolvem seres humanos, indivíduos, únicos, insubstituíveis, inalienáveis em direitos, e que podem ter chances de alguma redenção em suas vidas. Mesmo uma criança órfã, abandonada no lixo, tem a chance de ser salva e adotada por uma família que a ame. O que não faltam são histórias neste sentido. 

Porém, ao que parece, o Sr. Coelho só defende o individualismo do psicopata, do delinqüente, do criminoso ou do mau caráter irresponsável, incapaz de assumir responsabilidades ou compromissos sólidos para com o próximo. Em caso de dúvida perante o sofrimento futuro das crianças, sejam eliminadas! Se for assim, matemos a humanidade inteira, porque viver é também sofrer!

Qual seria a solução para as “famílias por acidentes”? Segundo meu parecer, casem-se, tomem responsabilidade ou, se não casarem, ao menos, assumam os seus filhos. Segundo o parecer do professor, matem as crianças para que as famílias não existam. 

“Espero que estes argumentos ajudem a pensar a respeito da questão e façam com que os que têm inclinações pró-vida revejam seus pressupostos. 

Conde - Eis a completa evidência de um nacional-socialismo que se quer parecer elegante. Todavia, retirando a esfera de autoridade de um obscuro professor do Cesupa ou de toda a lenga-lenga abortista-liberalóide do Sr. André Coelho, do resto, desvendamos a monstruosidade moral e intelectual que em nada deixa a dever a suástica. Mas foi assim na Europa do século XIX e não seria diferente nos dias de hoje. A universidade, sob muitos aspectos, pode ser um verdadeiro hospício. Para que haja um Hitler ou qualquer outro celerado, antes houve um malandro bem falante travestido de professor, que defendeu, com toda a polidez do mundo, as razões do genocídio.

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