segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Dinamarca publica anúncio desencorajando refugiados

Anúncio dinamarquês desencorajando refugiados a viajar ao país. Crédito Reprodução

POR DIOGO BERCITO
07/09/15  13:09

O governo da Dinamarca publicou nesta segunda-feira (7) anúncios em jornais libaneses alertando refugiados sobre as restrições ao asilo no país. O texto afirma, por exemplo, que benefícios sociais para refugiados recém-chegados serão reduzidos em até 50%. A reunificação de famílias não será permitida durante o primeiro ano, para quem tenha permissão temporária de residência.

Na interpretação do jornal americano “Washington Post”, a mensagem é clara: Não venham para a Dinamarca.
O anúncio foi recebido com desagrado, enquanto países como Alemanha e Áustria têm divulgado diversas medidas na direção oposta. Ao publicar esse aviso em ao menos quatro jornais em árabe e em inglês, o governo dinamarquês somou-se àquelas nações europeias –como a Hungria– criticadas durante essa grave crise humanitária.

Quem assistiu à série dinamarquesa “Borgen” –uma espécie de “House of Cards” escandinava— se lembra que a terceira temporada discute justamente esse tema em alguns de seus episódios. A postura de alguns partidos de direita em relação a refugiados leva a uma reviravolta na política do país, durante o enredo.

Neste caso, realidade se parece bastante com a ficção. “Como prometido, publiquei anúncios em quatro jornais libaneses informando sobre mudanças nas condições para as pessoas que peçam asilo na Dinamarca”, afirmou Inger Stojberg, ministra da Imigração e Integração, do partido de extrema-direita Venstre.

Segundo o “Washington Post”:
A Dinamarca adotou uma posição mais rígida em relação à imigração desde que o Partido Liberal –de centro-direita– formou um governo de minoria em junho. Enquanto Alemanha e Suécia receberam um grande número de refugiados no ano passado, a Dinamarca fez cortes, impondo leis designadas para desencorajar migrantes de viajar ao país.

A falta de solidariedade de países como a Dinamarca são especialmente inquietantes diante da realidade de nações como Líbano, Turquia e Jordânia, onde refugiados sírios foram acolhidos aos milhões. Cerca de 95% de todos os refugiados sírios estão em cinco países do Oriente Médio, como escrevi mais cedo no Mundialíssimo blog.

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