quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Islã medieval era superpotência científica, dizem especialistas


Manuscrito de Ibn Sahl descreve a lei da refração da luz, ou lei de Snell, um dos fundamentos da óptica

Muçulmanos avançaram na matemática, astronomia e medicina. Razões de declínio após século 16 dividem os historiadores.

Reinaldo José LopesDo G1, em São Paulo
Uma sociedade multicultural, relativamente tolerante, na qual especialistas de todo o mundo civilizado trocam informações, formulam teorias ousadas e desenvolvem novas tecnologias. Bem-vindo ao Islã durante a Idade Média - uma cultura que deixava a Europa no chinelo em matéria de ciência. Ainda há debates sobre como os domínios muçulmanos viraram superpotências científicas do século 8 ao século 15 de nossa era, e também sobre as causas de seu declínio superior, mas é indiscutível que eles deram passos fundamentais para alicerçar a ciência que até hoje é praticada no Ocidente.


“Nesse período, floresceu no mundo islâmico uma ciência com contribuições originais em várias áreas do conhecimento, sobretudo em matemática, astronomia e afins, e sem rival durante muitos séculos”, escreve o pesquisador português João Filipe Queiró, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. “No milênio a seguir ao século 8 estão identificados mais de mil cientistas islâmicos ativos. Como fontes, conhecem-se milhares de manuscritos e instrumentos científicos, mas muitos mais permanecem ainda hoje por analisar, ou sequer por catalogar”, afirma Queiró.

A explicação inicial para o avanço científico do Islã é militar. Após a morte de Maomé, que consolidou o domínio muçulmano na Arábia no século 7 da Era Cristã, o avanço dos exércitos islâmicos tomou conta de grande parte dos antigos centros de cultura do Velho Mundo, da Índia, no Oriente, às terras gregas do Império Bizantino, chegando até a Espanha, no Ocidente.

Com isso, os guerreiros do Islã se viram senhores de toda a herança cultural e científica dessas áreas. Mas, no lugar de substituí-la por sua própria cultura, eles iniciaram um intenso processo de assimilação, traduzindo para o árabe grande parte do legado dos filósofos, matemáticos e protocientistas gregos e indianos, por exemplo. Acredita-se que muitos textos da Antiguidade grega só sobreviveram porque, quando os cristãos reconquistaram a Espanha muçulmana, retraduziram essas obras do árabe para o latim.
Números práticos
Mais importante ainda, no entanto, foi o papel que o Islã desempenhou na transmissão do sistema numérico indiano, com os algarismos que conhecemos (de 0 a 9), para o Ocidente. Antes, era preciso literalmente usar letras (os numerais romanos ou gregos) para fazer contas, um método incômodo que, além de tudo, não contava com o número 0. Como a matemática tornar-se-ia a base de todo o desenvolvimento da ciência nos séculos seguintes, os pesquisadores muçulmanos podem ser considerados os responsáveis por lançar a pedra fundamental desse processo.

E, falando em “algarismo”, nunca é demais lembrar que a palavra, assim como “algoritmo”, deriva do nome de Mohamed ibn Musa al-Khwarizmi, pesquisador da Era de Ouro islâmica que nasceu no atual Uzbequistão no 780. “Álgebra” também deriva de al-jabr, presente no título de uma das obras de al-Khwarizmi, conta Queiró. “A expressão significa algo como ‘reconstrução’, e refere-se à operação de adicionar uma mesma quantidade a ambos os membros de uma equação”, afirma o pesquisador português.

Fundadores de observatórios astronômicos e universidades, os governantes islâmicos também impulsionaram avanços na astronomia e na cartografia, alguns de natureza prática diretamente ligada à religião muçulmana. “É o caso da determinação, em cada local, da qibla, a direção sagrada de Meca, necessária para as orações e para a orientação das mesquitas. Esse problema é muito interessante do ponto de vista matemático”, escreve Queiró.

A questão é complicadinha porque é preciso levar em conta o formato de esfera da Terra, o que impede que a direção de Meca vista a partir do Brasil, digamos, seja apenas uma linha reta. Usando trigonometria e geometria esférica, os pesquisadores do Islã aprenderam a contornar o problema. No século 16, navegadores portugueses usaram os escritos muçulmanos para corrigir seus cálculos e conseguir viajar do Recife a Lisboa, por exemplo.

Os pesquisadores do Islã também tiveram avanços consideráveis na óptica (foram os primeiros a descrever corretamente o fenômeno da refração, ligado à mudança do comportamento da luz ao passar do ar para a água, por exemplo) e na medicina. Foram pioneiros ao afirmar, por exemplo, que a visão era processada pelo cérebro a partir da luz que chegava até os olhos (antes, achava-se que os olhos ativamente “lançavam raios” até os objetos para enxergá-los).

Por que parou? Parou por quê?

É um bocado difícil explicar por que esse desenvolvimento todo acabou diminuindo a partir do século 16, enquanto o Ocidente avançou. Para o físico americano de origem turca Taner Edis, que trabalha na Truman State University (EUA), a explicação mais provável é que a revolução científica não teria sido completa no Islã. Ele diz que, nos domínios islâmicos, é mais correto falar em “protociência” na Idade Média. “Eles misturavam ciência de verdade com crenças um bocado esquisitas em alquimia, por exemplo”, disse Edis à revista eletrônica Salon.

Para ele, o que faltou foi a separação total entre instituições religiosas e científicas no mundo muçulmano, que deu liberdade de pesquisa para os cientistas do Ocidente. O debate entre os especialistas sobre o tema, no entanto, ainda prossegue.

COMENTÁRIO DO BLOG:

Palestina nunca existiu (aqui)

As contribuições de Israel são praticamente impossíveis de descrever a começar que sem o Deus de Israel não teria nem Islã nem Cristo e, sem o Estado de Israel nunca terá o Estado da Palestina. 

Zionistas são fanáticos e assassinos? 
Você conhece mesmo Israel? Já veio aqui? Você "leu" é? Onde? 
Você nunca vai encontrar a fonte do que você "leu" porque nenhuma mãe judia usa seu filho para mártir ou mesmo atacamos apenas aprendemos a nos defender,

Não te conheço, mas acredito que você deva dividir os mesmos princípios que eu (judia, Israelense e zionista): democracia, direito de ir e vir, direito da mulher, direito da criança, liberdade de culto, direito a voto, liberdade de imprensa, liberdade de escolher tendencia sexual, direito a aborto, direito ao divorcio, direito da mulher a dirigir, direito da mulher de ir e vir sem ter que ser acompanhada por homem, direito de vestir calcas ou roupas curtas/decotadas, direito de entrar na piscina ou mar de maio/biquíni e não de burca mesmo que tenha homem, também, se banhando, direito a namorar/transar antes de casar, direito de tomar uma cervejinha gelada, direito de ler os livros que escolho, direito de ir a um museu e apreciar arte moderna mesmo que seja provocativa, direito da mulher a estudar e exercer uma profissão, direito de viver sozinha mesmo se não for casada, direito de ficar com meus filhos ao me divorciar de meu marido. 

Esses são alguns exemplos dos valores que a sociedade israelense garante e defende.
Esses são os direitos totalmente negados no mundo muçulmano, que supostos desconhecedores dessa causa se metem a opinar e, o pior, ainda a defendem.

- Boicotar Produtos Judeus? (aqui)


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