sexta-feira, 11 de outubro de 2013

VOCÊ ACREDITA EM PIG E ESPIONAGEM AMERICANA? INTERAGENTES: ESTUDO MOSTRA PRINCIPAIS DETRATORES E APOIADORES DE DILMA NAS REDES SOCIAIS





Levantamento analisou 272.264 citações à presidenta entre os dias 11 e 16 de julho no Facebook e no Twitter 23/07/2013 10:53 pm
Da Redação
A Interagentes, empresa parceira da Publisher Brasil em análise e monitoramento de redes, divulgou mais um estudo no qual foram analisadas mensagens que fizeram referência à presidenta Dilma Rousseff. A análise considerou as maiores autoridades no Facebook e no Twitter, aqueles perfis ou páginas que têm mais compartilhamentos, e mostra os 10 principais críticos e os 10 que mais apoiam o governo.
Confira a íntegra do estudo abaixo:
DILMA NAS REDES: A DISPUTA POLÍTICA NO CIBERESPAÇO
Introdução
As manifestações do mês de junho trouxeram novos e poderosos sujeitos ao cenário político brasileiro. As redes sociais foram o terreno de emergência desses atores que rivalizaram e disputaram a condução dos fatos com a velha mídia e com os partidos. Observando o Facebook, rede social que tem ganhado protagonismo nas mobilizações on-line, encontramos páginas de viés político (porém não claramente partidário) como ‘nós’ privilegiados no debate. Seus posicionamentos alcançam repercussão e mostraram capacidade de mobilização da opinião pública presente nas redes. Estes perfis saíram fortalecidos das manifestações do mês de junho e consolidaram seu papel enquanto autoridades no debate político das redes.
No Facebook, onde a presença destes novos atores têm maior relevância, o quadro geral é complexo e o cenário, bastante fragmentado. Muitos são os atores, muitas as suas linhas de argumentação, muitos são os chamados para a indignação diante de alguma realidade apresentada como inaceitável, todos eles à espera de alguma adesão.
Em relação à presidenta Dilma Rousseff, desde as manifestações de junho, estes novos atores, de um modo geral, têm engrossado o corpo das posições de oposição ao governo federal nas redes sociais. Partindo de grupos não necessariamente ligados a partidos políticos, as críticas à presidenta Dilma têm se multiplicado nesta rede.
No Twitter, universo mais restrito em número de cidadãos que é capaz de conectar, ainda que tenhamos encontrado um padrão relativamente disperso, o que vimos foi uma densa rede de conversações com a presença de grupos fortemente conectados. O padrão de conexão dos atores indica a existência de ao menos dois grupos relevantes de oposição à presidenta Dilma. O  quadro geral do Twitter  é sem dúvidas menos fragmentado que o do Facebook.
Metodologia
As buscas desta pesquisa foram realizadas no Facebook e Twitter e visaram obter as citações públicas à presidenta Dilma.
O período aqui analisado compreende do dia 11 ao dia 16 de julho. Os dados coletados foram processados para analisar o compartilhamento de publicações. A análise dos compartilhamentos é rica em significação, sendo capaz de detectar e investigar mensagens que circularam pelas redes publicadas por agentes com alto capital social, ou seja, com potencial para interferir na formação da opinião pública. A análise destas mensagens permite ainda conhecer as maiores autoridades da rede.
A métrica autoridade estima o valor do conteúdo de cada página ou nó a partir do número de compartilhamentos de suas postagens. Perfis com postagens muito compartilhadas tendem a ter alto valor de autoridade.
A análise baseou-se na teoria dos grafos. Um grafo é representado por um conjunto de pontos ou nós chamados de vértices que são ligados por retas, denominadas arestas. Para efeito dessa pesquisa, a página ou perfil (no Facebook ou Twitter) é um vértice ou nó. A ligação entre perfis ou páginas se dá pelas arestas e representa o compartilhamento de uma postagem. A grosso modo, um perfil com grande confluência de arestas é relativamente mais importante que outro que possui menos arestas atraídas para si.
Na análise da rede de comentários aplicamos algoritmos de modularidade que permitem decompor a rede complexa em comunidades modulares (ou sub-redes), o que, do ponto de vista do compartilhamento de seus conteúdos, possibilita detectar grupos de atores que apresentaram fortes semelhanças entre si.
O grafo da rede de compartilhamentos do Facebook apresentou 44.223 vértices e 41.197 arestas. Para a detecção de comunidades usamos o algoritmo de modularidade em resolução 2,782, o que resultou em 6.498 comunidades.
No Twitter, o grafo de compartilhamento de mensagens apresenta 32.851 vértices e 48.118 arestas. A detecção de comunidades se deu com o algoritmo de modularidade em resolução 1,728, resultando em 2.665 comunidades.
Dados Gerais
Entre os dias 11 e 16 de julho a #InterAgentes mapeou citações públicas à presidenta Dilma no Twitter e no Facebook. Neste período nossas buscas retornaram um total de 272.264 mensagens, sendo 139.967 do Facebook e 132.297 do Twitter. É importante recordar que a presidenta Dilma realizou o pronunciamento com 5 pactos nacionais na segunda-feira, dia 24 de junho, quando lançou a proposta de plebiscito, tentando retomar a iniciativa política.
O pico de movimentação na rede foi por volta de 11h do dia 11 de julho, atingindo 5.349 mensagens nesta faixa de horário. Neste exato momento aconteciam as manifestações do Dia Nacional de Lutas, mobilização chamada em todo o Brasil, com forte presença das centrais sindicais. A pauta ‘Dilma’ estava quente nas redes.
Twitter
A rede de citações à presidenta Dilma no Twitter foi densa, apresentando padrão intenso de interações. Foram coletadas 132.297 mensagens provenientes de 57.204 autores distintos. Neste universo encontramos desde atores muito engajados em detratar ou em defender a presidenta, até autores de comentários e críticas eventuais. A média de mensagens por perfil e a dispersão representada no grafo indicam um padrão relativamente distribuído de compartilhamentos: Muitos perfis estiveram envolvidos no compartilhamento de posts provenientes de fontes diferentes.
Dilma – Uso de #hashtags
O uso de hashtags revela considerável mobilização para a #OpSeteDeSetembro. Trata-se de um evento agendado a partir do Facebook e que autointitula-se “o maior protesto da história do Brasil”. Sem pauta específica, o evento pretende aproveitar a data comemorativa da Independência para a realização de uma grande manifestação. A pauta genérica da ‘corrupção’ tende a ganhar importância. Núcleos estão sendo articulados em grupos por cidades. O evento tem o apoio de diversas páginas (de Facebook) influentes nos protestos do mês de junho. Atualmente o evento (centralizado) do Facebook conta com mais de 240 mil confirmações de participação.
Chamam a atenção também as hashtags #ForaForo e #FFAAJA. A primeira é uma referência explícita à recusa do “Foro de São Paulo”. A crítica ao Foro de São Paulo tem ganhado espaço e vem sendo pautada por alguns grupos, inclusive de extrema direita.
A hashtag #FFAAja é ainda mais explícita, pede a intervenção das forças armadas para enfrentar ‘a atual crise nacional’ com fins de ‘restauração da ordem’. Campanhas têm surgido neste sentido, associando partidos como PT, PDT, PCdoB, PCB, PPS, PSTU, PMDB e apoiadores do governo a uma conspiração contra o Brasil. São discursos que encontram eco na extrema direita.
Twitter – Grafo de compartilhamentos
Dilma – Twitter – Grafo de compartilhamentos

O padrão geral das conversações aponta para uma densa rede de conexões, com atores fortemente conectados na área central do grafo. É alí onde concentram-se os atores mais intensamente conectados ao debate público envolvendo a presidenta Dilma Rousseff. O padrão de conexão desses atores indica a existência de alguns grupos relevantes.
Destacam-se quatro. Grosso modo, eles representam:
1. Grupo amarelo – Forte presença de perfis da imprensa.
2. Grupo azul – Forte presença de oposição à Dilma, pautada por valores conservadores.
3. Grupo verde – Forte presença de posições de oposição à Dilma, pautada sobretudo por defesa de minorias.
4. Grupo vermelho – Forte presença de posições de apoio à presidenta Dilma.
Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Detalhe
Twitter – Grupo Amarelo
Traz sobretudo perfis associados a veículos de mídia. Os perfis deste grupo tiveram suas postagens compartilhadas por atores diversos. O perfil @Estadao teve posição de destaque, seguido de perto pelo @JornalOGlobo. Estes veículos tiveram suas postagens compartilhadas por diferentes grupos, por vezes com comentários sobre a posição ideológica do próprio veículo.
Pelo padrão de compartilhamento de seus posts o perfil @diImabr (Dilma Bolada) foi alocado neste grupo.
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades
3. @VEJA
4. @g1
10. @FR_BSB

Twitter – Grupo Azul
Caracterizou-se como um grupo com padrão semelhante de compartilhamento de mensagens. Entre os temas em destaque encontram-se questões relacionadas à saúde, com particular destaque para posições da ‘classe médica’ frente às propostas do governo federal. São dignas de menção ainda, neste grupo, críticas às prioridades do governo federal, críticas aos investimentos na Copa do Mundo, cobranças pelo que se entende por ‘promessas não cumpridas’ pela presidenta e questões de mobilidade urbana. Voltam a aparecer entre as mensagens deste grupo, associações da imagem de Dilma ao ‘terrorismo’ e ao ‘comunismo’. Ainda neste grupo encontraram-se críticas sobre o envolvimento das centrais sindicais nas manifestações do Dia Nacional de Lutas, ocorrida dia 11.
Roberto Feire encabeçou a lista de autoridades deste grupo.

Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Grupo azul

Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades

Twitter – Grupo Verde
Este grupo caracterizou-se como outra rede de compartilhamentos de forte oposição à Dilma. Porém, diferentemente do grupo azul, a críticas à presidenta Dilma são feitas a partir de uma perspectiva de afirmação do direito de minorias. Entre os temas centrais estão a defesa da causa indígena frente ao que se caracteriza como ‘desenvolvimentismo’ e frente aos interesses ruralistas e a defesa de temas considerados progressistas frente a pressão da bancada evangélica. O veto parcial da PL do Ato Médico foi o único tema a constar nesse grupo de maneira positiva à presidenta Dilma.

Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Grupo verde

Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades
10. @Tsavkko

Twitter – Grupo Vermelho
Este grupo caracterizou-se pela defesa das posições da presidenta Dilma. Ganharam destaque temas como a reforma política, o plebiscito, a sanção do ato médico com vetos, temas relacionados à democratização dos meios de comunicações, a destinação de royalties do petróleo para a educação e a repercussão das pesquisas de opinião sobre a popularidade da presidenta e sobre a aprovação do Governo Federal. Uma abordagem comum tendia a elogiar a coragem de posturas assumidas pela presidenta, porém ressaltando a dificuldade interna (seja com sua base aliada, seja na câmara) para levar adiante suas propostas. Neste sentido, o plebiscito e a reforma política ganharam destaque.
Perfis como @cartacapital e @brasil247, pela abordagem de suas matérias, foram muito compartilhadas por este grupo. Posicionamentos do senador Roberto Requião em defesa das posições de Dilma em relação ao ato médico ganharam destaque.
Twitter – Dilma – Grafo de Compartilhamentos – Grupo vermelho

Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
autoridades

Facebook
No período analisado (entre 11 e 16 de julho) foram coletadas 139.967 mensagens no Facebook, provenientes de 103.630 autores diferentes. A baixa média de mensagens por pessoa e a dispersão resultante do grafo de análise de compartilhamentos indica um padrão bastante distribuído de conversações sobre Dilma Rousseff. Em comparação com o Twitter nota-se que, ainda que o número total de mensagens no período seja razoavelmente equivalente nas duas redes (139.967 no Facebook e 132.297 no Twitter), o número de perfis envolvidos praticamente dobra (57.204 no Twitter contra 103.630 no Facebook). Isso indica um padrão de conversação ainda mais disperso no Facebook, com muito mais atores envolvidos no compartilhamento de posts provenientes de muitas fontes diferentes, aumentando o número de cidadãos e cidadãs que vieram às redes expressar suas opiniões e críticas a respeito da presidenta Dilma. Aqui, como no Twitter, encontramos desde atores muito engajados em detratar ou em defender a presidenta, até autores de comentários e críticas eventuais. Porém aqui, mais que no Twitter, a tendência é termos mais páginas e menos perfis como ‘nós‘ fortes de autoridade.
Facebook – Grafo de Compartilhamentos

Facebook – Dilma – Grafo de compartilhamentos
Ainda que enormemente dispersa, a análise de modularidade da rede permitiu detectar grupos de atores com fortes relações de semelhança entre si.
Utilizando algoritmo de modularidade em resolução 2,782, foram detectadas  6.498 comunidades (ou sub-redes). Destas, seis delas se destacam. Todas as outras apresentaram abaixo de 2% de representatividade. Somadas, estes seis maiores grupos representam 35% dos compartilhamentos mapeados. Um posterior agrupamento destes seis grupos resultou no quadro que segue:
1. Grupo Amarelo - Grupo marcado por forte presença de veículos de imprensa. Outras páginas de padrão de compartilhamento semelhante foram agrupadas aqui.
2. Grupo Azul
Subgrupo Azul 1 – Forte presença de posição abertamente contrária à presidenta e ao Partido dos Trabalhadores.
Subgrupo Azul 2 - Do ponto de vista dos conteúdos, este grupo é muito semelhante ao anterior, porém com um peso menor de ‘anti-petismo’. De um modo geral grupo fortemente opositor à presidenta.
Subgrupo Azul 3 - Forte presença de perfis e páginas que despontaram como autoridades relevantes nas manifestações de junho. De um modo geral são críticos à presidenta.
Subgrupo Azul 4 - Forte presença de temáticas relacionadas à Saúde. De um modo geral, compartilhados de maneira crítica à presidenta
3. Grupo Vermelho - Rede de compartilhamento com forte presença de simpatizantes e apoiadores da presidenta.

Facebook – Grupo Amarelo
Grupo caracterizado pela presença de grandes veículos de mídia. As mensagens compartilhadas por este grupo tenderam a ser compartilhadas por grupos diversos. Entre asautoridades mais relevantes deste grupo destacaram-se a página do Estadão (no Facebook) e a da Folha de São Paulo. A página da Revista Veja, abaixo, também merece menção. Essas páginas apresentaram padrão de compartilhamento como fontes de informação, alimentando debates. Porém não raras vezes a legitimidade destes veículos foi colocada em questão e suas pautas acusadas de ocultar interesses privados.
Outras páginas com padrão de compartilhamento semelhante também foram alocadas neste grupo.

Facebook – Grupo Azul
O grupo azul é resultado do agrupamento de quatro subgrupos com padrão muito semelhante de compartilhamentos.
A grosso modo, o Subgrupo Azul 1 concentra clara tendência anti-petista.  Do ponto de vista dos conteúdos publicados, o Subgrupo Azul 2 se parece muito com o primeiro. Já o Subgrupo Azul 3 concentra grande parte dos perfis que despontaram como autoridade nas manifestações de junho. Nos subgrupos 2 e 3 encontramos também a presença de ‘nós’ pobres da rede na posição de autoridades. Estes perfis ganharam relevância não pela autoridade que trazem, mas por terem postado conteúdos que se espalharam com algum padrão de viralidade.
Destacamos ainda o Subgrupo Azul 4 que, ainda que seja o menor dos grupos aqui destacados, apresentou-se como uma rede de compartilhamentos com temática ‘saúde‘ fortemente centralizada.
Facebook – Dilma – Grafo de compartilhamentos – Subgrupos Azuis

Todos esses subgrupos apresentaram, nas redes sociais, posições fortemente contrárias ao governo federal.
Ainda que as críticas versem sobre muitos assuntos, algumas temáticas comuns agregam grande parte dos conteúdos compartilhados. Estão entre elas: No quesito ‘saúde‘ destacam-se críticas à situação dos Postos de Saúde e ao que se entende por ‘condições precárias’ dos hospitais públicos. A proposta de vinda de médicos cubanos também alimentou algumas teorias sobre o aparelhamento petista do Estado.
A alusão ao tema ‘corrupção’ é bastante recorrente, não raro associado à bandeiras anti-petistas. Também constaram críticas à proposta de reforma política e ao Dia Nacional de Lutas. Grupos de extrema direita fizeram alguns chamados à intervenção das forças armadas.
Questionamentos sobre as prioridades do governo federal também são recorrentes. É comum encontramos comentários comparando, por exemplo, o investimento na Copa com o investimento em outras áreas, como saúde ou saneamento. Também são alvo de críticas o tamanho da máquina do Estado e a ‘enorme quantidade de ministérios’. Ainda são dignas de menção as questões suscitadas pela proposta de Plebiscito. Neste período, no entanto, as polêmicas acerca do Pacto da Saúde e do Ato Médico ganharam relevância.
Abaixo relacionaremos a tabela com as 10 autoridades mais relevantes de cada subgrupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil):
Facebook – Subgrupo Azul 1
autoridade
2.  FORA PT

Facebook – Subgrupo Azul 2
autoridade

Facebook – Subgrupo Azul 3
autoridade

Facebook – Subgrupo Azul 4
autoridade

Facebook – Grupo Vermelho
Caracterizou-se como um grupo com padrão semelhante de compartilhamento de mensagens. De um modo geral as páginas compartilhadas por este grupo tenderam a formar uma base de apoio à presidenta Dilma.
Foram temas recorrentes das postagens desse grupo as repercussões das pesquisas segundo as quais Dilma, embora tenha perdido popularidade, mantém-se líder na preferência do eleitorado. Destacaram-se também os apoios recebidos pelo veto parcial ao PL do Ato Médico. Neste grupo encontramos também comentários que elogiam as propostas da presidenta porém destacam as dificuldades que o Poder Executivo tem tido em encaminhá-las. A rejeição no Senado e na Câmara de algumas propostas da presidenta neste último período foi foco de críticas. Ainda em destaque neste grupo encontramos repercussões positivas sobre o Programa Mais Médicos.
Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil).
Uma nota: Fernando Rodrigues que consta na lista abaixo é um homônimo do conhecido jornalista brasileiro.
Facebook – Dilma – Grafo de compartilhamentos – Grupo Vermelho

Abaixo a tabela com as 10 autoridades mais relevantes deste grupo (contendo link para a mensagem mais significativa de cada perfil).
Uma nota: Fernando Rodrigues que consta na lista abaixo é homônimo do conhecido jornalista brasileiro.


Conclusão
Em ambas as redes podemos detectar grupos de semelhança que revelam redes de compartilhamento de conteúdo. No Twitter, pelo perfil de uso da rede e provavelmente pelo seu universo mais restrito, estes grupos são mais bem definidos, com seus atores fortemente conectados entre si. Já no Facebook, as conversações sobre a Presidenta Dilma envolvem um número muito maior de atores. Ao mesmo tempo, a rede de conexão entre estes atores é menos densa.
A análise de modularidade da rede, que permite decompor o cenário em coletivos que se articulam, precisa ser melhor aprofundada. Em um primeiro momento, aparentemente a batalha pelo convencimento dos cidadãos-conectados é mais ampla, dispersa e indefinida no Facebook. No Twitter, há ‘nós‘ consolidados de embate e seguidores que replicam suas mensagens como se fossem munição em um combate em que o importante é destruir os argumentos do “inimigo”.
Uma característica interessante destas redes complexas é que podemos assistir a emergência ‘nós pobres‘ como autoridades instantâneas. Esse fenômeno pode indicar que coisas importantes podem nascer nas periferias das redes. Elas não necessariamente partem de centros privilegiados, antes disso, os próprios centros é que parecem emergir da topografia das redes, das fortes conexões sociais entre seus atores.
Cada vez mais é evidente que as conversações políticas nas redes nem sempre “são voltadas ao entendimento”, nem por isso, deixam de ser importantes para o convencimento e para a construção de imagens sobre o país e sobre quem disputa o poder de Estado.

Antonio Arles, Sérgio Amadeu da Silveira e Tiago Pimentel
#interagentes

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Osvaldo Aires Bade Comentários Bem 

Roubados na "Socialização" - Estou 

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DURANTE O PROCESSO DE ESCOLHA DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA SIVAM, O BRASIL FOI ALVO DE ESPIONAGEM DOS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA DOS EUA E DE ‘ARAPONGAS’ NACIONAIS. QUASE 20 ANOS DEPOIS O GOVERNO CONTINUA VULNERÁVEL


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No dia 22 de fevereiro de 1995 o jornal francês Le Monde publicou uma reportagem que abalou as relações entre os EUA e a França. Em um lance típico da época da Guerra Fria, foi revelado que o serviço de contra-espionagem francês acusou sete cidadãos norte-americanos de terem feito espionagem industrial, política e militar.

Estes norte-americanos vinham sendo acompanhados pela Direção de Vigilância do Território (DST, em francês) desde 1992. Dois deles já haviam deixado a França, e dos cinco restantes, quatro eram diplomatas da embaixada norte-americana em Paris.
Obviamente, o governo dos EUA respondeu dizendo que a acusação era “injustificada” e até mesmo a França tentou minimizar o caso (embora houvesse desconfiança de que a matéria tenha vazado propositalmente de dentro do governo), mesmo porque as relações entre os dois países vão além de um evento como este.
A imprensa francesa também acusou um brasileiro de ser colaborador da CIA. Segundo os franceses, ele teria ajudado uma espiã norte-americana a se aproximar de funcionários do governo francês. Mas o envolvimento do Brasil nesta trama internacional, típica de filmes hollywoodianos, não estava restrito a esta passagem. Ao contrário, tudo indicava que o país era o alvo principal da espionagem.
Amazônia desprotegida
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Em 1988 era inaugurado o Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), responsável pelo monitoramento do tráfego aéreo na região Região Nordeste. Era natural que o passo seguinte fosse a implantação de um sistema de gerenciamento e controle do espaço aéreo na Região Amazônica.
Os estudos para a implantação do CINDACTA IV acabaram evoluindo para um programa muito mais amplo e complexo. De tão abrangente, este programa extrapolou os limites do então Ministério da Aeronáutica, sendo coordenado em conjunto com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE), com auxílio do Ministério da Justiça. A SAE foi criada durante o governo do presidente Fernando Collor de Melo, absorvendo parte das atribuições do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), sendo na verdade a agência de inteligência brasileira. Aliás, “Inteligência” e ‘espionagem” foram duas palavras que acompanharam todo o programa.
Denominado SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), o programa previa não só o gerenciamento e controle do espaço aéreo, mas também o controle e o monitoramento ambiental da região, além da aquisição de aeronaves de vigilância aérea e policiamento do espaço aéreo. O esboço do programa foi inicialmente apresentado para o presidente Collor em setembro de 1990. Posteriormente, em agosto de 1993, o projeto foi aprovado pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN), ainda no governo de Itamar Franco.
sivam
Dos onze consórcios/empresas que se interessaram inicialmente, o programa afunilou-se para quatro consórcios internacionais. Eles eram liderados pelas empresas Dasa (Alemanha); Unisys do Brasil; Raytheon (Estados Unidos) e Thomson (França). Eles teriam que fornecer os equipamentos e implantar o projeto. A integração do sistema seria feita pela Esca, empresa brasileira escolhida em dezembro de 1993. Ela também seria responsável pela absorção de tecnologia.
Em junho de 1994 os consórcios liderados pela Dasa e pela Unysis foram desclassificados no exame das propostas técnicas. Sendo assim, o lobby das duas restantes intensificou-se. O secretário de Comércio dos EUA, Ron Brown, se reuniu com parlamentares e integrantes do governo brasileiro, defendendo a Raytheon. Na mesma semana o ministro da Indústria e Comércio da França, Gerard Longuet, veio ao Brasil para fazer lobby para o consórcio francês Thomson-Alcatel.
Muitos acreditavam que o consórcio francês era o favorito na disputa, pois a instalação dos outros três centros de controle de tráfego aéreo (CINDACTA I, II e III) foram implantados com equipamentos da Thomson. Mas desta vez os norte-americanos entraram para ganhar.
Ainda antes do anúncio do consorcio vencedor, o presidente dos EUA, Bill Clinton, encaminhou uma carta para o presidente Itamar Franco sobre a importância do negócio para os dois países e a recomendação da empresa Raytheon. No dia 18 e julho de 1994 a Raytheon foi declarada vencedora da licitação. Meses depois, Itamar lembraria Clinton de que o avião da Embraer, o Super Tucano, era um dos concorrentes do programa JPATS que escolheria o novo avião de treinamento das Forças Armadas dos EUA.
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Após a definição do vencedor, o grande passo seguinte era a aprovação do empréstimo internacional pelo Senado Federal. O relator do projeto de lei que autorizaria o governo brasileiro a tomar empréstimos era o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O projeto foi aprovado na noite do dia 21 de dezembro de 1994 com baixo quórum e sem muito alarde. No ano seguinte, o senador Miranda não se mostrou tão favorável ao Sivam.
O projeto foi orçado inicialmente em US$ 1,4 bilhão. Com os encargos financeiros, o valor subiu para US$1,7 bilhão, mas somando-se os juros previstos nos contratos, o total passou para US$ 2,8 bilhões. Um empréstimo internacional foi contratado para cobrir todo o custo do projeto e o seu pagamento seria feito ao longo de 18 anos. A maior parte do empréstimo ficou por conta do banco norte-americano Eximbank. As empresas Raytheon e a sueca EKN completaram o total do montante financiado.
Espionagem
Espionagem americana no brasil
Tudo caminhava muito tranquilamente para o programa Sivam no início do ano de 1995. O assunto era ignorado na mídia não especializada e praticamente ausente do debate nacional até que o jornal norte-americano The New York Times publicou uma reportagem cujo título era: “How Washington Inc. Makes Sale” (em tradução livre, “Como a empresa Washington realiza venda”).

A matéria do periódico nova-iorquino, publicada em um domingo, mostrava como o governo dos Estados Unidos passou a se envolver mais com as companhias privadas do país para conquistar mercados no exterior. Durante a administração Clinton, o Departamento de Comércio passou a receber atenção especial e recebeu apoio de outros órgãos da administração federal, principalmente dos serviços de inteligência.
No período imediatamente após o fim da Guerra Fria, a Central de Inteligência (CIA) teve que buscar novas justificativas para o seu polpudo orçamento. A administração Clinton entendeu que o futuro da CIA estava na “inteligência econômica”.
Antes de deixar o comando da CIA em janeiro de 1995, James Woolsey deu maiores detalhes da nova missão da agência ao Senado. Segundo ele, a CIA não praticava espionagem econômica, mas que monitorava práticas desleais executadas por outros países para conquistar contratos no exterior. Todas estas informações eram compartilhadas com a Casa Branca e com o Departamento de Comércio.
A atenção estava voltada para mercados emergentes como Índia, China, Brasil e Indonésia. O Departamento de Comércio selecionava os alvos prioritários (projetos de grande vulto) e a CIA monitorava os concorrentes das empresas norte-americanas onde quer que elas estivessem.
CIA
Dentre os projetos monitorados pela CIA estava o programa brasileiro Sivam. Conforme a concorrência nacional chegava aos seus instantes finais, a central de inteligência obteve informações de que os franceses estavam oferecendo grandes subornos a funcionários brasileiros com influência sobre a decisão. Autoridades norte-americanas deixaram claro para lideranças brasileiras de que eles sabiam o que estava acontecendo e, com base nos dados coletados, bateram a proposta econômica da empresa francesa.

O caso divulgado pelo jornal Lê Monde, narrado no início deste texto, aconteceu dois dias depois da publicação da matéria do The New York Times. No final de fevereiro de 1995 o caso ganhou destaque na imprensa brasileira e duas comissões no Senado decidiram pedir esclarecimentos aos ministros responsáveis pelo programa, brigadeiro Mauro Gandra, da Aeronáutica e Ronaldo Sardenbereg da SAE.
Problemas com a Esca
A assinatura do contrato com a Raytheon, que deveria ocorrer em março de 1995, acabou sendo postergada sem data definida. O problema não era apenas as revelações da matéria do The New York Times e suas consequências no país. De onde menos se esperava, surgiu um outro empecilho. A Esca, empresa selecionada pelo governo para integrar o sistema e absorver tecnologia, foi tragada pela burocracia. Ela não havia conseguido a emissão da Certidão Negativa de Débito junto à Previdência e sem este documento, ela não poderia assinar contratos com o governo. Geraram-se assim suspeitas de que ela teria fraudado pagamentos à Previdência.Além disso, a empresa foi acusada de assessorar Raytheon antes mesmo da norte-americana ser escolhida.
No dia 27 de maio o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu o CDN e decidiu afastar a Esca do Sivan. No seu lugar a gerência do programa passou temporariamente para o Ministério da Aeronáutica, que teria 120 dias para escolher uma nova empresa. E assim o contrato com a Raytheon pôde finalmente ser assinado.
Menos de um mês depois da assinatura do governo brasileiro com a Raytheon, a Embraer (em associação com a Northrop) seria derrotada pelo consórcio Beechcraft/Pilatus, uma divisão da própria Raytheon, na concorrência JPATS. O anúncio da vitória da Beechcraft foi feito no dia 22 de junho. Não havia ligação direta entre o JPATS e o Sivam, mas seria muito conveniente em termos geopolíticos.
A derrota na concorrência da USAF agravou a crise da empresa brasileira, que havia sido privatizada seis meses antes. No entanto, o mercado de aviação regional dos EUA seria o responsável pela ressurreição da Embraer anos depois. Com um produto adequado e competitivo, a Embraer pôde se reerguer através das centenas de vendas de jatos ERJ-145 para diversas companhias norte-americanas.
Parceiro Nacional
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Em 1993 a Raytheon comprou a divisão de jatos executivos da British Aerospace e fundindo-a com a sua subsidiária Beechcraft. Assim, em 1994 nasceu a Raytheon Aircraft. Foi também naquele ano que a Raytheon se aproximou do empresário mineiro José Afonso Assumpção, dono da empresa Líder Táxi Aéreo.
A Líder, então dona de uma frota de treze LearJet e representante desta marca de jatos por muitos anos no Brasil, firmou um contrato com a Raytheon e passou a representar também os modelos Beechcraft e Hawker no país. A empresa esperava voltar a crescer após três anos seguidos de prejuízos. No dia 3 de janeiro de 1995, menos de dez dias depois da aprovação do projeto de lei que viabilizava o empréstimo para o programa Sivam no Senado, o próprio Assumpção anunciou a associação com a empresa americana.
Mas o interesse da empresa não estava restrito ao mercado civil. Segundo reportagens da imprensa da época, Assumpção circulava entre as autoridades de Brasília tentando “fazer andar” o projeto Sivam e fechar um negócio para a renovação de jatos executivos do GTE (Grupo de Transporte Especial). Na verdade a FAB já havia adquirido seis jatos Gates Learjet que tinham sido negociados pelo empresário mineiro.
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Assumpção passaria despercebido como mais um lobista que atuava nos bastidores, não fosse um escândalo de escuta telefônica que atingiu o chefe do cerimonial do Palácio do Planalto, o embaixador Júlio César Gomes dos Santos. As escutas telefônicas foram feitas Polícia Federal (PF) em função de uma denúncia anônima sobre tráfico de drogas, mas o que se viu foram indícios de tráfico de influência. Nos diálogos entre Santos e Assumpção mostraram um interesse extraordinário do embaixador pelo programa Sivam, algo que não cabe a uma pessoa que exerce a função de chefe de cerimonial. Em um trecho do diálogo, Santos criticou o senador Gilberto Miranda por dificultar a aprovação do projeto. E então o embaixador perguntou a Assumpção: “você já pagou o cara?”.
Em relação ao senador Gilberto Miranda, que se mostrou favorável ao projeto Sivam em 1994, ele adotou atitude ambígua um ano depois. Informou que não tinha tanta pressa assim para autorizar a implantação do Sivam e que decidiria o caso somente após conhecer os sistemas de vigilância da Rússia, Ucrânia e Austrália e analisar 500 quilos de documentos secretos enviados pela Aeronáutica (ao longo do ano de 1995 ela já havia ido aos Estados Unidos visitar o Pentágono, a Base Aérea de Virgínia e a fábrica Raytheon).
SIVAM2
Com a divulgação do caso, Santos foi exonerado do cargo. Mas o estrago da “arapongagem” no governo fez outra vítima. As gravações envolviam também o nome do ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Mauro Gandra. Numa das conversas gravadas entre Santos e Assumpção ficou-se sabendo que o ministro Gandra tinha aceitado o convite para passar três dias na mansão do dono da Líder em Belo Horizonte. O serviço secreto da Aeronáutica já tinha a informação das escutas antes do caso vir a público. Assim que a imprensa noticiou o caso, Gandra pediu demissão.

A escuta telefônica de um assessor tão próximo do presidente da República, em função de uma mera denúncia anônima de tráfego de drogas foi motivo de muito alarde no governo. Em função disso, a Presidência da República pediu a implantação de um sistema de telefonia digital direta entre os palácios (do Planalto, Alvorada e Jaburu) e a Granja do Torto. O sistema seria baseado em tecnologia de criptografia. Mesmo que os telefones fossem grampeados, seria necessário um especialista para decodificar as conversas. Passados quase 20 anos, as lições fornecidas pelo caso em relação à “arapongagem” nacional e internacional parecem que foram esquecidas e pouca ou nenhuma providência foi tomada. A história ensina. O Brasil não aprende.
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